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Oi pessoAU, meu nome é Riane, sou adestradora da Cão e equilíbrio e mamãe de 6 peludinhos lindos, hoje vamos conversar sobre a linguagem dos cães.

Muito se fala em ensinar os nossos cães a nos entenderem, mas o que as pessoas não compreendem é que a comunicação é via de mão dupla sempre. Então se você tem vontade de identificar o que seu cão quer te falar todos os dias, venha comigo nessa imersão de linguagem canina.

Como os cães se comunicam?

Diferentemente de nós humanos, os cães se comunicam preferencialmente por linguagem corporal, apenas 20% de sua linguagem é vocal e por esse motivo às vezes pode parecer tão difícil compreendê-los.

A origem da vocalização vem dos lobos, ancestrais dos cães domésticos. Com uivos, que podem ser ouvidos a quilômetros de distância, os lobos usam a vocalização tanto para se comunicar entre si quanto para afastar predadores. Já os cachorros apostam nos latidos também para se comunicar com os tutores e outros animais ao seu redor.

  Alguns tipos de latidos podem incluir:

  • Alerta de perigo: geralmente é um latido firme, alto e cadenciado. Muitos cães usam o latido para alertar sobre a presença de estranhos;
  • Sede ou fome: muitas vezes esse tipo de latido insistente é acompanhado pela tentativa do pet de levá-lo até o comedouro ou bebedouro;
  • Tédio: além de fome e sede, latidos insistentes podem significar que o pet está entediado. Neste caso, ele usa os latidos para chamar a atenção de outras pessoas e até de outros cachorros;
  • Dor: um pet latindo e uivando pode indicar algum problema de saúde que cause dor. Fique atento também a outros sinais, como falta de apetite e prostração.

2. Comunicação corporal:

 A comunicação corporal canina é bem complexa e por mais que estudemos anos e anos jamais seremos tão fluentes como um cão, mas podemos melhorar a nossa percepção sobre o que nosso pet pode querer nos dizer. Um cão pode se comunicar utilizando desde a ponta das patinhas até a orelha, literalmente de cabo a rabo nossos cães estão a todo momento nos mostrando como estão se sentindo.

 Podemos descrever alguns sinais de comunicação já conhecidos:

  • Rabo para cima: está associado a sentimentos de alegria e de euforia;
  • Rabo para baixo: quando entre as pernas, indica medo e desconfiança;
  • Rabo rígido, na altura do corpo: costuma ser sinal de agressividade;
  • Rabo abanando para a esquerda: acredita-se estar associado a sentimentos negativos, como medo, agressividade e ansiedade;
  • Rabo abanando para a direita: estariam associados a sentimentos positivos, como alegria e curiosidade.

3. Calming signals:

Quando, por exemplo, uma pessoa se coça, esse gesto pode significar muito mais do que um incômodo na pele . Pode ser que ela tenha sido picada por um inseto. Porém, em alguns casos, o gesto também pode ser sinal de ansiedade. E com os cães é a mesma coisa, calming signals são sinais que representam muito mais do que parecem ser.

Olhar para o lado, sacudir o corpo todo, bocejar, se coçar, levantar uma das patas dianteiras, lamber o nariz etc. São mais que simples atos na comunicação canina, podem representar desconforto ou ansiedade, em outras palavras “não gostei disso, você poderia parar?”

Independentemente do tipo de linguagem dos cachorros, é importante destacar que ela nunca deve ser analisada de maneira isolada. Para entender de fato o que seu filho de quatro patas quer dizer, o ideal é observar todo o conjunto. Afinal, um latido com o corpo relaxado é bem diferente de um latido com o corpo do pet tenso e rígido.

4. Como usar a linguagem dos cães a nosso favor?

É importante deixar claro que um cão que está desconfortável com alguma aproximação, seja de humanos ou de outros cães, vai automatica e inconscientemente emitir calming signals, como virar o rosto, bocejar, lamber o focinho e, se o gatilho do desconforto, eles tendem a persistir ao emitir sinais mais claros como levantar e se afastar, rosnar, latir e por fim morder a fim de afastar o estímulo que incomoda.

O grande problema de não entendermos a comunicação apaziguadora é que ensinamos nossos cães que só serão ouvidos quando utilizarem uma linguagem mais agressiva, reforçando assim comportamentos reativos como latidos, rosnados e mordidas.

É crucial respeitar um calming signal e se for necessário fazer a dessensibilização do ato em um outro momento mais oportuno. Por exemplo: estou escovando meu cão, ele lambe o focinho, paro a escovação e opto por uma abordagem mais low stress com petiscos ou posso parar e retomar em um outro momento, pois insistir fará com que esse cão entenda que a linguagem apaziguadora não funciona, passando a usar somente o que realmente funciona.

Gostou desse post? Que tal compartilhar com mais amigos e familiares, para que mais tutores aprendam a entender melhor seus pets?

Riane (Cão e Equilíbrio)
Riane (Cão e Equilíbrio)
Adestradora comportamental e fundadora da Cão & Equilíbrio, treino cães visando o seu bem-estar. Trabalho o relacionamento deles com o tutor e sou especialista em raças primitivas e cães reativos há 10 anos.

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